O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida passou por uma importante atualização que amplia o acesso ao financiamento para famílias da classe média. A principal novidade é a criação da Faixa 4, voltada para quem tem renda mensal entre R$ 8.600 e R$ 12 mil.
Com a nova faixa, essas famílias poderão financiar imóveis de até R$ 500 mil, com prazos de pagamento de até 35 anos (420 meses) e taxas de juros de 10% ao ano — abaixo da média de mercado, que atualmente ultrapassa os 11,5% ao ano. No entanto, essa faixa não prevê subsídio do governo, ou seja, o imóvel será pago integralmente pelo comprador.
A expectativa do governo federal é de que 120 mil famílias sejam beneficiadas já na fase inicial da nova modalidade. As regras da Faixa 4 foram aprovadas pelo Conselho Curador do FGTS no dia 15 de abril e devem entrar em vigor na primeira quinzena de maio.
Reajuste das faixas existentes
Além da criação da nova faixa para a classe média, as faixas de renda anteriores também foram reajustadas:
- Faixa 1: passou de R$ 2.640 para R$ 2.850 mensais
- Faixa 2: passou de R$ 4.400 para R$ 4.700 mensais
- Faixa 3: passou de R$ 8.000 para R$ 8.600 mensais
Essas mudanças permitirão que mais 100 mil famílias se enquadrem nas regras do programa, segundo o Ministério das Cidades. Importante destacar que benefícios como BPC, Bolsa Família, auxílio-doença e seguro-desemprego não entram no cálculo da renda familiar para definição das faixas.
Famílias que recebem o BPC ou Bolsa Família, inclusive, são contempladas com subsídio integral: elas não precisam pagar nenhuma prestação pelo imóvel.
Novos valores para imóveis no interior
Outra mudança importante é o aumento no teto dos valores dos imóveis financiados em cidades com até 100 mil habitantes. O novo limite passa a variar entre R$ 210 mil e R$ 230 mil, dependendo da região, um reajuste de até 16% sobre os valores anteriores.
Além disso, famílias com renda de até R$ 4.700, pertencentes às Faixas 1 e 2, agora poderão comprar imóveis dentro do teto da Faixa 3 (de até R$ 350 mil). Nesses casos, o financiamento seguirá as condições da Faixa 3, com juros entre 7,66% e 8,16% ao ano, mas sem subsídio.